não há tempo, eu mesmo descobri. não há passado, eu comprovei. não há futuro, pois eu estive lá (ou estarei). estou lá e vi com meus próprios olhos que o tempo não será e nem foi. estou aqui e perceberei que quando eu for, não terei mais sido. e que a farsa por trás da farsa por trás da farsa por trás da farsa: sou eu, não Eu. minto quem fui para conviver com quem sou, afim de tentar alcançar quem serei. mas é farsa. e está por trás-frente da outra farsa. e por estar mesmo tão atrelada ao que antes chamarei tempo, é que posso mas não irei pensar que isso já foi e será farsa. o tempo é real. meu tempo é real. o meu tempo contado no relógio é farsa. o seu tempo contado no meu tempo é farsa. o nosso tempo contado no relógio é farsa. meu tempo contado no seu tempo é farsa. mas em mim é real. como tudo que há em mim o é (real) por ser quem fui e quem serei no tempo futuro-passado-farsa-irreal [para você (e pro relógio)]. descobri que a farsa é verdadeiramente falsa, e pelo seu caráter de ser exatamente o que é, ela é verdadeira em sua falsidade. foi quando eu estarei descobrindo que ela é farsa, que percebi o tempo amarrado-verdadeiramente-falso à ela. esse emaranhado faz eu não ser Eu. e faz você não ser Você. esse emaranhado-verdadeiro-farsa faz você querer ser eu, quando Você não pode ser Eu, ou vice-versa. assim como vice- você não é Você, e -versa eu não sou Eu. assim como o tempo não é-foi-será o meu tempo-sendo, onde tudo é, e por consequência, ou transcendência: Eu Sendo.
